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Número 34 - Março 2020

Uma Executiva de Altos Voos

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Por Dana Matuson

Voar pode constituir uma excelente metáfora para a jornada da vida. Tal como os pilotos aprendem logo no primeiro dia que podem reduzir a resistência do ar voando mais alto, os líderes empresariais bem-sucedidos entendem o valor de continuar subindo mais alto e continuar aprendendo. Embora não seja piloto de formação (apesar de saber voar!), Freda Cheung, recentemente designada para o cargo de Executive Vice President, está se entregando a sua paixão por voar em um contexto comercial, aceitando o desafio de elevar até novas alturas a presença do duty-free na América do Norte.

Parabéns por sua recente nomeação para o cargo de EVP Duty Free, North America. Nos fale um pouco do seu novo cargo, responsabilidades e desafios. De que modo a estrutura da nova equipe de duty-free irá influenciar positivamente a empresa e o crescimento da presença do duty-free na América do Norte?

Muito obrigada, eu estou realmente entusiasmada com esta nova oportunidade e antevendo um ano de mudanças positivas. Nesse novo cargo eu terei a responsabilidade total pelos lucros e perdas de todas as operações duty-free no Canadá e nos EU; as minhas responsabilidades abrangem as operações de loja, comercial, cadeia de aprovisionamento e logística. Eu penso que a chave para o sucesso, em termos de liderar mais de 1000 colaboradores espalhados por mais de 20 aeroportos em dois países, em um meio extremamente regulamentado e em um mercado volátil, reside na minha capacidade para criar uma equipe coesa e de elevado desempenho, cujos elementos não trabalhem apenas ao lado uns dos outros, mas colaborando uns com os outros. O fato de existirem objetivos comuns a todos os elementos da equipe é fundamental para promover o crescimento comercial e criar um ótimo local de trabalho. A nova estrutura duty-free permite-nos o enfoque nas duas maiores operações da Divisão 3: Vancouver e Toronto. Ela permite também que um Regional VP fique encarregado de todas as operações nos EU, que constituem um mercado muito diferente do Canadá. Juntos, poderemos consolidar nossa posição como maior operador de duty-free na América do Norte e aproveitar oportunidades para ampliar nossa presença e proporcionar aos passageiros experiências de classe mundial.

A Hudson e a Dufry conseguiram recentemente um contrato de duty-free por 8 anos no Aeroporto Internacional Pearson de Toronto, que irá transformar a experiência de varejo no aeroporto. Quais são os planos? Há ainda outros sucessos no duty-free do ano passado que valha a pena realçar?
De fato, estão sendo desenvolvidos grandes e fantásticos planos! Recentemente recebemos na Basileia a visita da Alta Autoridade Aeroportuária de Toronto (GTAA) e juntos celebramos este importante marco histórico em nossa parceria, que implicou também o início do nosso Comitê Conjunto de Gerenciamento. Estamos planejando uma reforma moderada da nossa presença atual para aumentar a nossa oferta e melhorar o desempenho. Essa é a Fase 1, que deverá se estender até 2023. Teremos depois a Fase 2, de 2024 em diante, na qual estamos planejando uma renovação de toda a imagem do nosso programa duty-free em Toronto, uma vez que o aeroporto tem grandes planos para duplicar nossa presença atual para 9300 m2. Além disso, recebemos com sucesso a RFP do Terminal B. do aeroporto de Newark. Toda a equipe está muito orgulhosa desse reconhecimento pela Autoridade Portuária, uma vez que não oferecemos os melhores termos financeiros em comparação com outros concorrentes. Como já estamos operando o Terminal C de Newark, isso vem reforçar a nossa presença em Nova Jersey, onde está situada a sede da Hudson.

O negócio americano é, de algum modo, diferente do restante portfólio da Dufry: o duty-free representa apenas 23% das vendas líquidas totais. Trata-se, porém, de um negócio bem estabelecido, que está permitindo à Dufry ganhar espaço em 'concessões aeroportuárias' mais amplamente definidas, incluindo varejo duty-free e duty-paid, lojas de conveniência e concessões de comidas e bebidas. Como está progredindo o grupo?
Desde que a nossa primeira loja abriu no aeroporto de La Guardia, há 30 anos atrás, a Hudson cresceu para mais de 1000 lojas, em 37 Estados dos EU e 4 províncias do Canadá. Os nossos programas consistem em 4 linhas de negócio: conveniência de viagem, varejo de especialidade, duty-free e comidas e bebidas. Esse portfólio abrangente e diversificado permite-nos oferecer um “pacote de acordos”, especialmente aos aeroportos mais pequenos nos EU. Ele nos dá também a oportunidade de nos expandirmos para terrenos menos familiares, como o das comidas e bebidas. Graças à nossa recente aquisição da OHM Concession, pudemos instantaneamente penetrar em novos mercados e nos posicionarmos ainda melhor como “Melhor amigo do viajante”.

Sua carreira é um exemplo inspirador para muitos de nós na Dufry, provando que o fato de ser mãe não constitui necessariamente um obstáculo para o desenvolvimento profissional. Qual é o segredo?
Não é segredo nenhum que os tempos mudaram e muitas mulheres gostariam de ter uma família e ao mesmo tempo construir uma carreira que lhes proporcionasse desenvolvimento profissional e uma sensação de realização. Tanto no Canadá quanto nos EU, embora o número de mulheres com formação superior ultrapasse o dos homens, infelizmente, o ambiente de trabalho não é ainda muito favorável à maternidade. O preconceito inconsciente relativamente às mulheres que têm também responsabilidades familiares ainda prevalece e a vontade das organizações para adotar uma cultura mais flexível para as acolher é ainda incipiente. O que eu aprendi ao longo dos anos foi que:

  1. Eu tenho de saber claramente quais são os meus objetivos e comunicá-los tanto ao meu empregador quanto à minha família. É espantoso como as pessoas à minha volta se esforçam por me dar uma oportunidade e me ajudar a conseguir os meus objetivos depois de eu os ter dado a conhecer. Eu acredito que a natureza humana dita que todos nós desejamos ajudar os outros.

  2. Eu preciso que o meu marido compartilhe as responsabilidades familiares e as tarefas domésticas. Estamos no século XXI e os homens são tão capazes quanto as mulheres no que diz respeito a tomar conta de crianças e tarefas domésticas. Nunca haverá igualdade de gênero, se ela não começar em casa.

  3. Eu escolho a minha batalha e dou prioridade aquilo que é realmente importante para mim. Eu posso não ter ido levar meus filhos à escola todas as manhãs, mas estive presente em todos os torneios de hóquei em que o meu filho participou ao longo de 12 anos e em todas as competições de patinagem artística da minha filha ao longo de 10 anos.

Resumindo, eu gostaria de recordar a outras profissionais como eu que a maternidade é um privilégio, uma bênção e um caminho; não se esqueçam de celebrar as pequenas vitórias.

Você teve a sorte de poder aprender com diferentes culturas corporativas e formas de fazer negócio muito fortes. O que foi que você reteve de cada uma delas que se revelou útil para o seu trabalho quotidiano?
A minha área de atividade é contabilidade e finanças e a maior parte da minha carreira foi passada no setor dos serviços corporativos e da alta tecnologia. Nos meus quase 30 anos de experiência profissional eu aprendi que criar a cultura certa em uma organização é de longe o melhor investimento, pois no longo prazo isso permite o ROI (retorno sobre Investimento) mais elevado. Porém, essa é uma tarefa assustadora, bem mais fácil de dizer que de fazer. Não só leva anos, mas é preciso um bom julgamento sobre os personagens, coragem para responsabilizar os outros e determinação para tomar decisões difíceis. Eu tive a sorte de ter trabalhado em algumas das culturas organizacionais mais avançadas, e posso, portanto, dizer que todos os dias me esforço por manter uma mente aberta, curiosa e com vontade de aprender, associada a uma comunicação clara, concisa e consciente.

Nos fale um pouco de sua participação na iniciativa Women@Dufry e no Diversity & Inclusion Taskforce (“Grupo de Trabalho Diversidade & Inclusão”), recém-formado na Hudson. Como é que a Hudson está lutando pela diversidade e a inclusão ao entrar em 2020?
Tal como muitos de nós sabemos, Women@Dufry foi lançada pelo CEO do Grupo, Julián Días, no verão de 2017. Julián reconheceu a ausência de diversidade de gênero nos níveis administrativos e executivos superiores e ele apontou esse como um ponto em que a Dufry podia melhorar. Women@Dufry é um comitê formado por 17 dirigentes do sexo feminino, incluindo eu própria. Nos reunimos com Julián durante duas horas de seis em seis meses, para compartilhar experiências, observações, pensamentos e ideias sobre como melhorar a Dufry, tornando-a mais inclusiva em termos de gênero. Também defendemos a celebração do impacto das mulheres na nossa sociedade em diversas localizações da Dufry. Muitas de nós servimos de mentoras e compartilhamos nossa experiência com outras mulheres no seio da organização. Pessoalmente, para mim essa tem sido uma experiência muito gratificante.

A Diversity & Inclusion Taskforce (DI), recém-formada na Hudson, teve início em setembro de 2019; ela é constituída por 18 membros de todas as funções e localizações geográficas no Canadá e EU, incluindo duty-free e duty-paid. Nossa missão é identificar, entender e remover as barreiras existentes que estejam nos impedindo de ser um local de trabalho diversificado e inclusivo. O objetivo final é manter nossa relevância em um ambiente demográfico em modificação, tanto nos EU e Canadá quanto ao nível global. Esse é especialmente o nosso caso, uma vez que estamos no varejo de viagem. Para entendermos nossos clientes, nosso DNA deve refletir os clientes que servimos.

Desde então eu tenho presidido uma sessão de 90 minutos de duas em duas semanas e as nossas discussões incidem sobre recrutamento, roteiro da carreira & desenvolvimento, planejamento da sucessão, compensação e benefícios, equilíbrio trabalho/vida privada e cultura organizacional. Eu estou realmente grata pela participação ativa e o feedback positivo de todos os elementos nos últimos 5 meses. É com grande entusiasmo que anuncio que juntas, como grupo de trabalho, acabamos de elaborar um “Plano de Impacto para a Diversidade” que será apresentado dentro de duas semanas à equipe executiva da Hudson para apreciação. Tenho certeza que ele resultará em mudanças positivas palpáveis e que juntas poderemos criar um local de trabalho melhor.

Nos fale de você, o que gosta de fazer nos tempos livres, seus hobbies ...
Eu saí de casa quando tinha 16 anos e atravessei o Oceano Pacífico sozinha para estudar em Vancouver, no Canadá. Isso me conferiu um pensamento independente e curiosidade em aprender. Eu gosto de passar tempo com a minha família, que inclui meu cachorro cockapoo, Lilo. Eu acredito que construir memórias é um investimento e um legado.

Em um minuto:

Uma comida: Um bom bife “teppanyaki wagyu” no Shinjuku Seryna, no 52.º andar, com deslumbrantes vistas de Tóquio.

Um livro: Inteligência Social de Daniel Goleman – meu despertar para as relações humanas

Uma cidade: Luxor, Egito – o maior museu ao ar livre do mundo; um lugar de culto verdadeiramente arrebatador

Um filme:  A noviça rebelde – que via sempre em cada Natal quando era pequena

Um hobby: Pilotar um Cessna 172 – tudo o que eu escutava na minha cabeça era “I believe I can fly…”

Um líder: Michelle Obama – ela sabe qual é o seu lugar e é tão capaz de liderar na frente quanto na retaguarda

Um aeroporto: Changi – um delicado equilíbrio entre arte e ciência

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